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| Que o sol, o céu, a lua e as estrelas voltem a brilhar em 2021 |
Que ano, hein? Um ano excepcional, destruído pela pandemia do Coronavírus, que já ceifou a vida de 200 mil brasileiros, e continua avançando. Mas, como diz nosso general-ministro da Saúde: "Para que essa ansiedade e essa angústia?" , quando questionado por jornalistas pelo fato de o Brasil estar atrasado na compra e preparo logístico da campanha de vacinação contra a Covid-19. Só para lembrar, vários países da Europa e vizinhos na América Latina já estão vacinando seus cidadãos contra o mortal vírus.
Ora bolas, pra que pressa, né? Deixa morrer mais brasileiros.
Sem dúvidas, é a frase do ano.
Ano em que apesar da inegável morte de milhares de brasileiros pelo coronavírus, um presidente aloprado contribuiu enormemente para a desinformação da população, ao propagar a todo instante que o mortal vírus era apenas uma "gripezinha", que insiste em não usar máscara e ignorar o afastamento social, que despreza estudos de cientistas de todo o mundo, que nega a importância da vacina para combater o vírus, que adiou até o último momento a decisão de comprar vacinas, por isso, seremos tardiamente vacinados, o que elevará ainda mais o número de mortos pelo vírus.
Um presidente, que, ao ser questionado pelos jornalistas sobre o grande número de mortos pelo Covid-19 no começo da pandemia respondeu "E daí?". Mais tarde, questionado novamente sobre o grande número de mortes pela doença respondeu de forma exemplar para um presidente da república: "não sou coveiro". No sábado, questionado por jornalistas sobre o atraso do Brasil em começar a campanha de vacinação, já que vários, inclusive nossos vizinhos, já começaram a campanha, respondeu: "E daí? Ninguém me pressiona para nada".
Só estas frases já mostram o perfil de uma pessoa fria e desumana, longe de ter perfil de presidente de uma nação.
"Pra que tanta ansiedade?"
Com a eleição do messias Jair Bolsonaro, o país vive seu maior retrocesso, cultural, político, econômico, social, educacional e agora de saúde. Ao ignorar a eficácia das vacinas e ficar em jogo político como governador de São Paulo, Bolsonaro protela ainda a agonia da economia nacional e aumenta o número de caixões nos cemitérios. Mas como disse seu general ministro da Saúde: "Pra que tanta ansiedade em ter a vacina"? Certamente eles vivem em um mundo de faz de conta, que não é do brasileiro, mas ainda há quem os defenda. Então são tão culpados quanto eles. Se o presidente tivesse adotado lá no começo da pandemia todas as regras que a ciência havia ditado, e estimulado a população a fazer o mesmo, certamente você teria um Natal mais próximo da sua família. Esse é o preço que estamos pagando.
Bem, o ano está acabando. Vamos aproveitar os rituais de passagem e fazer nesta virada uma lavagem cultural e política. Vamos jogar no mar, ou no ar, a “intolerância burra e violenta” que assustadoramente cresce no País. Sei que é ingênuo falar desta forma, mas vale a pena tentar. Aqui cabe o velho chavão “tamo junto”. Sim, estamos no mesmo barco e se cada um remar para um lado, ele não sai do lugar.
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Quando parei para escrever este texto havia pensado em algo mais poético, mais leve, mas ele acabou enveredando para este lado, talvez para expurgar as barbáries de 2020. Então, vamos agradecer o ano que está indo embora, mesmo que ele não tenha sido exemplar em tudo (sempre temos algo bom a festejar), e à zero hora vamos resetar a máquina. É um reiniciar hipotético, mas que dá forças, energia e esperança para tocar mais um ano em nossas vidas. E vamos combinar que em 2020 seremos mais civilizados.
Como dizia nosso “vecchio talian” de Barão de Cotegipe, a cada virada de ano, ao sabor de várias taças de vinho tinto feito com uva colhida no sítio: “Buon principio e coraggio nene”. Vamos precisar. Em Cotegipe também havia a tradição de, logo cedinho, as crianças irem bater nas casas de vizinhos, amigos e parentes e desejar bom princípio de ano. Em troca, a pessoa homenageada presenteava com doces ou algum trocadinho. Era um bom começo.
Feliz 2021 para todos nós!!!!!!
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