Jesse J faz performance como guitarrista Brian May, do Queen

A Olimpíada 2012 saiu das pistas de atletismo e subiu no palco do Estádio O
límpico de Londres embalada pelo velho e bom rock inglês. Assisti partes da festa de encerramento e pude ver ali, mais que uma homenagem aos atletas, uma reverência aos grandes ídolos da música britânica que influenciaram gerações do mundo inteiro. A começar pelos Beatles, que foram pano de fundo de toda a competição. Aquele coral com 100 crianças cantandoImagine, e imagens de John Lennon em vídeo, foram a gota d'água para emocionar o público, e eu, claro.

Mas Lennon não foi o único a ser ressuscitado. Freddie Mercury, do Queen, também deu as caras por lá, em uma montagem onde interagiu fortemente com o público. Aliás, a meu ver, o Queen foi outro grande destaque dessa olimpíada. A música We Will Rock You foi cantada em todas as competições. E quando a bela Jesse J subiu ao palco para cantá-la novamente junto com os dinossauros da banda, o estádio veio abaixo. Foi demais.

As cores que os leds transmitiam por todo o estádio eram fortes, vivas, típicas do movimento pop dos anos 60. Pena que David Bowie, Sex Pistols e a banda Rolling Stones se recusaram a participar da comemoração. Mas os bons velhinhos do The Who estavam lá, em plena forma, e encerraram de forma apoteótica a olimpíada musical londrina.


Freddie Mercury reaparece em telão e anima público
Também teve homenagem aos Bee Gees, com a música You Should Be Dancing. A aparição da banda Beady Eye, formada pelo ex-vocalista do Oasis, Noel Gallagher, foi um dos ápices da festa. O cantor tocou a famosa Wonderwall, uma das melhores músicas de uma das ex-bandas britânicas de maior sucesso em todos os tempos, a Oasis. As gerações também foram homenageadas com a Spice Girls, o desfile das belas top models e outros rappers. Até os famosos táxis londrinos e os imponentes carros Rolls-Royce desfilaram. 


E depois de toda epopeia europeia, entramos, nós brasileiros, vestidos de índios, porém, com cocares formados por leds cor verde-limão. Yes, temos tecnologia também. E temos samba no pé, mulheres bonitas — a bela Alessandra Ambrósio, minha conterrânea — excelentes cantoras como Marisa Monte, que entoou o Prelúdio das Bachianas n 5 de Villa-Lobos, e o malandro carioca no vozeirão de Seu Jorge. Faltou a mulata rebolando, ou eu não vi?


Renato Sorriso, Alessandra Ambrósio  e seu Jorge: show brasileiro
O gari Renato Sorriso abriu o espetáculo e esbanjou alegria e samba no pé. Também teve maracatu e a calçada de Copacabana, representada por um mosaico colocado sobre o palco do estádio. Tudo aquilo que os gringos já conhecem. E depois ficamos indignados quando perguntam se temos cobras nas ruas das cidades. E por fim, o universal Rei Pelé emprestando seu prestígio para a Rio 2016. Agora só falta o Rei Roberto Carlos.

Para continuar no espírito esportivo, assisti ao vídeo encomendado pela Prefeitura do Rio chamando para a Olimpíada Rio 2016. Preferia não ter visto. Num clipe que deveria ser uma ode ao esporte, aparece um cara bêbado, trançando as pernas, com um copo de cerveja na mão, em pleno Centro do Rio. Diz o diretor do vídeo que é uma homenagem ao Deus Baco. É?? E que deusa será a Regina Casé, mulher do diretor, que surge como uma fada beijando uma árvore? Começamos bem.

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Crônica publicada no jornal Correio Popular, dia 18/08;2012

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