As redes sociais, que surgiram com o objetivo de interligar pessoas, aumentar o relacionamento social e promover o entretenimento, passam agora a ser utilizadas como ferramenta investigativa na seleção de interessados em vagas na iniciativa privativa e também na iniciativa pública.

Nos Estados Unidos, na área de recursos humanos, há empresas especializadas em fazer pesquisas na internet, especialmente em redes sociais, sobre a vida, preferências e opções dos candidatos. Como a seleção para as vagas na iniciativa pública e privada tem critérios subjetivos, identificar candidatos que tenham comentários ou participem de comunidades preconceituosas, sexitas, homofóbicas ou que instiguem a prática de crimes pode ser mais um critério de exclusão.


Para o Professor Marco Antonio Araujo Junior, especialista em Direito Eletrônico pela Universidade Complutense de Madrid, a prática além de não ser ilegal está dentro do poder investigativo da empresa ou da banca examinadora, quando nos casos de concursos públicos.



“Considero absolutamente possível a busca de dados da vida atual e pregressa de candidatos a empregos públicos ou privados na internet. Sempre foi assim, só que antes da internet, a busca era feita de forma analógica, por meio de certidões ou depoimentos, e agora passou a ser digital. O direito à privacidade encontra limite na exposição que o candidato faz da própria vida. Em redes sociais é comum o candidato apresentar fotos, comentários ou até mesmo se associar a comunidades. O futuro empregador pode ter ciência do perfil do candidato a partir de suas preferências ou associações, e aprová-lo ou não em um processo seletivo”, diz Araujo Junior.

O que é certo é que muitos candidatos que participam de processos seletivos não têm ciência de que sua página no Facebook, Orkut ou Twitter pode estar sendo monitorada e, em razão disso, acabam adotando posicionamentos inapropriados, que em regra poderá levá-los a reprovação em um processo seletivo.

“Manter uma conduta equilibrada, sem excesso de exposição, com fotografias sóbrias pode ser um diferencial para quem pretende encontrar uma posição de destaque no mercado de trabalho”, adverte o professor.

Paira no ar, sobretudo, uma dúvida: será que elementos da vida privada podem ser avaliados para o exercício da vida profissional?



Marco Antonio Araujo Junior é Diretor Pedagógico Geral do Complexo Educacional Damásio de Jesus, e vice-presidente da Comissão de Direito na Sociedade Digital da OAB/SP

2 Comentários

  1. Artigo muito importante! Obrigada pela partilha!

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    1. Surucuá, esse é o objetivo do blog: ajudar. Obrigado você pela participação.Jorge

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