Estive na terrinha nos últimos dias e constatei o quanto é crítica a seca que atinge a região do Alto Uruguai e oeste catarinense. Não há previsão de chuva forte até maio. Ainda esta semana será adotado o racionamento de água em Erechim. Vários municípios da região estão sendo abastecidos por caminhões pipa. Passei por Chapecó também e a situação lá é ainda mais preocupante. A cidade está sem água. Às margens do Rio Uruguai dezenas de carretas fazem fila para levar água para a represa que abastece a cidade. A BR está tomada por estes caminhões que fazem dezenas de viagens por dia. Felizmente, Barão de Cotegipe está a salvo da falta de água. O velho poço da Corsan, com mais de 30 anos de existência, continua jorrando água para abastecer toda a população. Certamente, se não fosse por ele, a cidade estaria em apuros, pois o velho Rio Jupirangaba e seus afluentes estão praticamente secos. Mas isso não quer dizer que a situação é tranqüila. As plantações estão secando, as laranjas estão amarelando antes do tempo (só no bagaço, sem suco) e as folhas das plantas caem ou ficam dobradas pela seca. É um quadro deveras preocupante. O período de seca na região, que é no verão, desta vez avançou outono adentro.
Na foto, a poeira cobre a vegetação e as estradas.

1 Comentários

  1. "O cenário é de aridez. Pedras soltas e poeira pela estrada. Mas o agricultor Osvaldo Boschatto, 61 anos, enfrenta duas vezes ao dia o trajeto entre a propriedade rural e o riacho mais próximo, para buscar água. É na carroça puxada pelos bois, que ele leva as bombonas para encher com 200 litros de água. No interior de Barão de Cotegipe, no norte do Estado, onde há cinco meses não chove, a prática se tornou comum.

    Os poços e as vertentes que abasteciam a família secaram. Há uma semana, nem os animais têm mais onde beber. Sem o carro de boi, o agricultor não tem como manter as criações responsáveis pelo sustento da família. Na ponte sobre o riacho onde o leito do rio já aparece, Boschatto precisa esperar. Do leito do rio, outro carro de boi range sob o peso dos vasilhames de água. Por uma corda, um menino puxa o animal e envereda pela estrada poeirenta.

    – É assim todo dia, enquanto o riacho aguentar vamos nos abastecendo por aqui – conta Boschatto.

    Pelas comunidades do interior, caminhões pipa enviados pela prefeitura levam água para quem não tem. São 40 propriedades rurais. Na área da família Rosinski, o poço que abastecia duas propriedades secou e pela primeira vez em 51 anos as famílias ficaram sem água. Os animais estão perdendo peso e as vacas pararam de produzir leite. No município as perdas na agricultura representam uma prejuízo financeiro superior a R$ 8 milhões."

    Texto de Marielise, publicado no jornal Zero Hora (RS) o dia 22/04/09

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem