Está rolando uma polêmica no Facebook sobre o silêncio do relógio da cidade, que fica no alto da torre da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Historicamente, ele marca o tempo para os moradores com suas badaladas.
Não me resta a menor dúvida que o
badalar das horas que ecoava por toda Cotegipe é um patrimônio cultural e
histórico da cidade. E que a todo custo deve ser preservado. Assim como eu,
centenas de cotegipenses nasceram e cresceram medindo seu tempo pelo som do martelo
batendo no sino da torre da igreja.
Pelo que entendi, falta alguma peça para
colocar o mecanismo em funcionamento. Espero que seja isso e não a vontade de
alguém que queira calar o sino. Já tinha ouvido que o relógio incomodava alguns
moradores, mas não a ponto de silenciá-lo.
O relógio sempre deu suas paradas. Talvez
por “falta de corda”. Antigamente existia uma equipe pronta para socorrê-lo quando silenciava. E meu pai, Albino Massarolo, bem como seu David Rosa, fazia
parte dessa equipe. Lá iam eles colocar o relógio para funcionar novamente.
Eu era criança e algumas vezes fui com
meu pai e lembro de ter visto os enormes blocos de concreto como pêndulos. Não
sei o que faziam, mas o relógio voltava a funcionar como... um relógio, e seu
som ecoava pelas montanhas de Cotegipe.
Além disso, as luzes do relógio furam
o breu noturno e colocam um pouco de vida na noite cotegipense. O relógio é
para mim, assim como a imponência das torres da igreja, o principal marco da
cidade. É para o relógio que os olhos se dirigem instintivamente. Preservá-lo é
uma questão de reconhecimento pela história de Cotegipe e para a memória
de seus moradores.
Postar um comentário