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Histórias Memórias: Barão de Cotegipe em crônicas e contos

Cotegipense e jornalista Jorge Massarolo lança livro digital, com textos 
sobre seu município e a região do Alto Uruguai








































Por Amanda Mendes
Foto Divulgação
Ressaltar a importância da cultura, histórias, memórias e tradições gaúcha: esses foram os objetivos que orientaram a escrita do primeiro livro do cotegipense e jornalista, Jorge Massarolo. 
Há três décadas morando em Campinas, no estado de São Paulo, o autor produziu contos e crônicas com suas lembranças da região do Alto Uruguai, e em especial, do município de Barão de Cotegipe, para manter intensa a ligação com sua cidade natal. Assim, Jorge compilou seus textos na obra intitulada Histórias Memórias, lançado neste mês, em formato eletrônico, na plataforma Amazon. 
“Apesar de estar fora de Barão de Cotegipe há 30 anos, sempre tive uma ligação muito forte com a cidade e para manter esse relacionamento com amigos e parentes, comecei a escrever crônicas. As primeiras foram publicadas aqui no Jornal Bom Dia, em 2006 e foram muito bem recebidas pelos leitores. Em seguida, criei um blog sobre Barão de Cotegipe, como um canal de comunicação entre os cotegipenses espalhados pelo Brasil e mundo”, contou o jornalista à reportagem do Jornal Bom Dia.
Histórias e diversidade cultural
Inspirado na diversidade étnica presente na formação histórica do Alto Uruguai, e com lembranças dos anos que viveu em Barão de Cotegipe, o livro se propõe a registrar histórias, relatos e fotos, de maneira sensível e literária. 
“Acredito que a temática principal é o saudosismo e a valorização de uma época que foi muito importante para mim. Mesmo morando em metrópoles, nunca deixei de lado minhas origens, como um guri simples do interior de Cotegipe. São essas impressões que procuro transmitir em meus textos. Procurei ressaltar a importância do gaúcho, das nossas histórias, memórias e tradições. É importante fazer isso. Meu pai, por exemplo, foi um homem que se dedicou integralmente à comunidade cotegipense. Então, sempre procurei destacar personagens nas crônicas, e também mostrar a história dos colonizadores, buscando fotos e relatos dos mais antigos”, pontuou.
“Barão de Cotegipe, Erechim e o Alto Uruguai, de maneira geral, reúnem uma mistura de raças de várias partes do mundo. São italianos, poloneses, alemães, russos, lituanos. É um caldeirão de culturas e tradições. Daí vieram minhas inspirações para escrever. Das lembranças, das conversas, da memória, do fato de querer estar junto das pessoas queridas”, acrescentou Jorge. 
Inspiração
Sobretudo, Histórias Memórias, traz lembranças. “As crônicas e contos têm relação com a casa onde nasci e morei, com lembranças dos meus pais, da vida em Cotegipe, do clube, da igreja, dos bailes, das bagunças com os amigos, dos passeios de bicicleta pelas colônias, de furtar melancia, assar pinhão na grimpa, comer bergamota de ‘barrigada’ e nadar em rios de água barrenta. Hoje vivemos num mundo tão louco, rápido, que às vezes é bom parar e olhar para trás”, comenta o autor.
Ainda, Jorge demonstra no livro como sua experiência na região lhe auxiliou na adaptação à realidade de cidades maiores. “É importante ressaltar que o livro também tem crônicas da minha vivência em Campinas, onde vivo com minha família há 30 anos. Transportei essa rica experiência da mistura de raças da nossa regiã o para o cotidiano da cidade grande, mas ainda com elementos daqui, como o velho Corcel do meu pai, que faz parte de uma crônica”.
“Consequência da quarentena”
A ideia de publicar a coletânea dos textos surgiu nesse período de distanciamento social, provocado pela pandemia do novo coronavírus. “Posso dizer que Histórias Memórias é uma consequência da quarentena. Há algum tempo percebi que tinha um vasto material de textos publicados tanto aqui em Erechim, como também no jornal onde trabalhava em Campinas. Aqui um detalhe importante, pois mesmo publicando temas relativos a Cotegipe, que pouco tem relação com Campinas, uma metrópole no interior de São Paulo, conquistei uma boa legião de leitores, alguns que nasceram no Rio Grande do Sul e estão vivendo por lá, e outros que conhecem os hábitos do Sul. Pessoas que gostam da nossa cultura, da nossa tradição, e foi muito bom encontrá-las, pois me estimularam a escrever mais”.
Para Jorge, o livro serve como uma memória para a região. “Afinal, a história mostra que um povo sem passado é um povo sem futuro. Os jovens de hoje pouco ou nada sabem sobre o passado local, a culpa não é deles, falta quem, ou o que, lhes transmita nossa história. É um livro digital, então pode ser acessado por qualquer um e em qualquer lugar d o planeta. Já mandei cópia para a Biblioteca Municipal de Cotegipe e também para a Secretaria de Educação do município, para que em algum momento alguém leia”.
Sobre o autor
Natural de Barão de Cotegipe, Jorge de 58 anos, é filho de Albino e Carolina Massarolo. “Vivi na cidade até os 17 anos, quando mudei para Florianópolis, em 1979, onde fui cursar jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)”.  
O jornalista tem passagens por diversos veículos de comunicação de Santa Catarina e São Paulo.

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