Tainágia Mocellin Brunetto, presidente da organização não-governamental (ong) APASFAS (Associação Protetora dos Animais São Francisco de Assis)
de Barão de Cotegipe, advogada e defensora dos animais, conta nesta entrevistada
feita por Kalísley Rosinski, como surgiu a ong e quais seus objetivos. Tainágia, que se sensibilizou ao ver inumeros animais
abandonados nas ruas de sua cidade, conta como surgiu a idéia de fundar
uma ONG e quais são os objetivos a serem alcançados. Além disso, o apoio da população cotegipense é de fundametal importância para que a ong atinga seus objetivos. É a a primeira vez que isso acontecer em Cotegipe. Muito bom. O blog da ong para quem quiser conhecer mais o trabalho desses voluntários e dar sua contribuição é http://apasfas.blogspot.com/
- Porque teve a idéia de fundar uma
organização de proteção animal?
Sempre
gostei dos animais, e percebi que em nossa cidade, não havia uma Organização
que desse uma atenção especial a eles. Dei-me conta disso, ao ver dezenas de
animais perambulando pelas ruas, doentes, extremamente magros, e sendo
maltratados por diversas pessoas. Conhecia algumas pessoas que assim como eu,
amam a causa animal, e decidi conversar com elas, para que juntas pudéssemos
nos dedicar a isso.
Muitos
me perguntam por que ajudo os animais, tendo tantas pessoas precisando de
auxílio, mas tenho plena consciência, de que se alguém me faz esse tipo de
indagação, com certeza não conseguirá entender a resposta.
- Quais são os objetivos que a ONG
pretende alcançar?
Primeiramente, pretendemos a concessão de um espaço municipal
- podendo ser uma pequena sala - e uma verba mensal, com valor ainda a ser
definido pela Prefeitura Municipal de nossa cidade. Almejamos, no espaço
disponibilizado pela Prefeitura, fazer campanhas de castração, de
vacinação, e agendamentos, pois pretendemos disponibilizar, de forma gratuita,
castrações a cães e gatos de nossa cidade, podendo ser animais de rua ou
domésticos. Nossa prioridade é diminuir a população canina e felina que está
abandonada nas ruas, evitar que hajam mais abandonos com o nascimento de novas
ninhadas, e proteger a população das doenças por eles transmitidas, bem como
trabalhar ativamente no controle das zoonoses.
Em reunião realizada no mês de novembro do corrente ano, com os srs.
Prefeito e Vice-Prefeito de Barão de Cotegipe, fomos informados, que pelo fato
do ano que vem ser ano político, somente teremos chance de conseguir uma verba
pública no ano de 2013. O repasse dessa verba tem que ser aprovado pelos vereadores de nosso Município, o que ainda não ocorreu. Ou seja, continuaremos
desenvolvendo nosso trabalho de conscientização pela causa animal, mas ainda
não temos valores disponíveis para realizar as castrações. Esperamos conseguir
alcançar nossos objetivos.
Os animais abandonados somente serão doados, através de entrevistas com
os candidatos e assinatura de Termo de Adoção Consciente. Ainda almejamos a
conscientização das pessoas que residem em nossa cidade: fazer com que os
cidadãos de Barão de Cotegipe reflitam a respeito dos cuidados que temos que
ter com os animais, incutir em nosso meio a adoção consciente, sensibilizá-los
que não devem comprar animais e sim adotar, e que a raça de um cão, de
um gato, ou a espécie de um pássaro não tem tamanha importância.
- O que os Cotegipenses ganham com
isso?
Ganhamos uma melhora na qualidade de vida, tanto nossa, quanto
na dos animais que estão esquecidos na rua. Planejamos realizar castrações
e fazer controle de zoonoses. Essa realidade é latente, e alcança patamares
cada vez maiores, em proporções alarmantes. Os animais precisam ser vistos com
olhos de piedade, pois não podem se defender sozinhos. Apenas pedimos às autoridades políticas municipais, que depositem um
voto de confiança em nossa ideia, pois já está estruturada em minudências. Tenho
certeza de que a comunidade cotegipense verá com "bons olhos" o nosso
sonho virar realidade.
- Como os Cotegipenses podem ajudar a
ONG APASFAS?
De diversas formas. A primeira delas é através de doações em dinheiro.
Ainda não abrimos uma conta corrente em uma instituição financeira, para que sejam
realizados tais depósitos. Mas eu mesma recolho tais valores na residência das
pessoas que colaboram conosco. Recebemos como doações: rações, medicamentos,
materiais de limpeza, materiais de construção, em suma, tudo que um animal
precisa para viver de forma digna. E importante salientar, que todos os
doadores sabem muito bem porque doam, e para onde este dinheiro é destinado, ou
seja, quando recebemos ligações das pessoas de nossa comunidade, informando que
há um animal abandonado, na medida do possível, recolhemos ele da rua,
utilizamos o dinheiro para fazer tratamentos médicos e castrá-lo, se houver
necessidade, e encaminhamos para adoção.
NOSSA ONG NÃO POSSUI CANIL PARA ABRIGAR
OS ANIMAIS, por isso dependemos da boa vontade das pessoas em
adotá-los.
- Gostaria de deixar uma mensagem a
população da cidade?
Convido todas as pessoas que queiram
ser voluntários em nossa ONG, para que participem ativamente da nossa
organização, deixando seu nome na nossa lista de adoções, e também, adquirindo
as camisetas da ONG APASFAS, onde estarão contribuindo para a melhora da saúde dos animais que são
resgatados das ruas de nossa cidade. Em nome de todos os integrantes da ONG,
esperamos que as pessoas não critiquem nosso trabalho antes de conhecê-lo, de
fazer parte do nosso grupo, que ainda é pequeno, e de perceber o quanto nos
dedicamos à causa animal sem receber nada em troca. Atualmente li a seguinte frase, que acredito
que resuma, em poucas palavras, tudo que gostaria de dizer:
"Por que ajudo animais tendo tanta gente precisando? Porque
não existe um projeto nacional (Minha Casa, Minha Vida, ou Bolsa Família) para
animais abandonados, porque não existe Sistema Único de Saúde (SUS), para
atender animais doentes, espancados e mutilados, porque não existe um
Conselho Tutelar para atender animais que não têm "direitos" por ação
ou omissão da sociedade ou Estado, e porque não existe aposentadoria para
animais que puxam carroça, são tratados como lixo, e após anos de trabalho
escravo são abandonados." (Autor desconhecido).
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