A temperatura mínima em várias cidades pode oscilar entre 0°C e 3°C, mas não se descarta que nos pontos mais baixos, marcas de até -3°C possam ser verificadas com risco de "geada negra", o que pode dizimar produções inteiras.
A geada negra ocorre quando rapidamente a temperatura do ponto de orvalho atinge 0°C e os ventos não cessam, ao contrário das geadas tradicionais, que normalmente ocorrem em noites de céu limpo e sem vento. A última "geada negra" verificada em solo paulista foi no gélido 19 de julho de 1975, quando praticamente toda a produção cafeeira do interior paulista foi dizimada pelo frio de até -7°C. Para o histórico do mês de agosto, a última "geada negra" ocorreu em 1929!
Os agricultores de áreas onde o fenômeno costuma ocorrer com mais frequência devem tomar medidas paliativas para evitar perdas maiores, pois a geada pode ser severa ao amanhecer desta quinta-feira. Culturas em andamento como mandioca, tomate, melância e milho podem não suportar o frio intenso.
Cotegipe
Essa notícia lembrou meu tempo de criança em Cotegipe, que quando havia previsão de geada, meu pai saia correndo para a chácara, e a gente ia junto, para ajudar a enterrar a mandiocae outras culturas para não ser morta pela geada.
Ou então, ajudava minha mãe a recolher todos vasos do jardim e colocá-los na varanda ou no galpão. As begônias, que eram pesadas e enormes, eram cobertas com lençois e toalhas. Nem todas resisistiam ao frio, mas era um ritual a ser feito.
E de madrugada, eu abria a porta da casa para colocar a minha cachorra perdigueira preta, a Diana, para dentro de casa, para dormir em baixo do fogão a lenha, cujo calor permanecia até a madrugada. Senão desse para colocar dentro de casa, eu fazia uma caminha para ela com sacos de pano. A cama durava pouco tempo, pois a qualquer movimento noturno ela levantava.
Essa era a boa Cotegipe antiga.
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