Empresa contribuía com R$ 2 milhões por ano para os cofres do município

Fonte: Samuel Vettori / Rádio Guaíba


A Prefeitura de Barão de Cotegipe, no Norte gaúcho, confirmou, nesta quarta-feira, que a distribuidora Sulmedi, investigada pela suposta participação em uma fraude que desviou recursos destinados à saúde, contribuía com quase R$ 2 milhões em impostos para o município. De acordo com o prefeito Vladimir Luiz Farina, a empresa respondia por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade, que é de R$ 13 milhões ao ano.

Nove dias depois de a Polícia Federal deflagrar a Operação Saúde, Farina declarou que a população segue acompanhando apreensiva o trabalho de investigação. Segundo ele, pelo menos uma pessoa de cada família trabalha em uma das sete empresas de medicamentos da cidade ou em representações de outros estados. A maior delas é a Sulmedi.

Farina confirmou que os proprietários da distribuidora eram conhecidos e respeitados pela população, de 6,5 mil habitantes. Proprietário da Sulmedi, Dalci Filipetto e o filho, Cássio, investiam no município e ajudavam a população, frisou o prefeito. Uma das iniciativas destacadas por ele é a compra de um hospital, que pertencia a uma entidade religiosa com dificuldade de readequar a estrutura para ser reaberta. A casa de saúde foi comprada e reformada pela família de Dalci, considerado pela PF o mentor principal da suposta fraude. O hospital, com 70 leitos, ainda está pendente de reabertura. O prefeito disse acreditar que a operação policial não vá prejudicar o processo.

Filipetto e o filho foram soltos, na sexta-feira da semana passada. Os 62 presos pela PF entre a segunda-feira e terça-feira conseguiram liberdade. O trabalho investigativo segue na fase policial. O inquérito, assim que finalizado, vai ser repassado ao Ministério Público Federal, a quem cabe definir sobre a possível denúncia.

A PF apurou que três grupos gerenciando 15 empresas negociavam com municípios de sete Estados. O desvio da verba pública, segundo a PF, ocorria mediante a falta da entrega da mercadoria licitada, descarregamento parcial ou de produto diferente do contratado, contrato superfaturado e entrega de remédios com prazo quase vencido. Os lucros gerados eram divididos entre empresários e servidores públicos.

Veja a matéria e ouça o áudio da entrevista do prefeito de Barão de Cotegipe, Vladimir Farina, para a Rádio Gaúcha

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